Porque o flagelo da pobreza e da exclusão social afecta todo o Ser Humanista, directa ou indirectamente, deixo neste espaço de partilha um artigo publicado num dos nossos jornais nacionais, na esperança de que, efectivamente, a União Europeia que todos contruímos se transforme num verdadeiro marco de coesão e integração social e não num marco de cariz exclusivamente económico.
Em Portugal, uma em cada cinco pessoas vive em situação de pobreza.
Construamos todos um mundo mais fraterno e solidário.
" Sem-abrigo e bairros de lata fazem parte da paisagem urbana das grandes cidades do chamado mundo desenvolvido, mostrando que não só nos países pobres há pessoas pobres.
Nos países ricos, pode haver mais ajuda (do Estado, mas especialmente da sociedade civil) para quem precisa, mas continua a haver gente a viver em situação de extrema carência.
O crescimento económico tem trazido consigo desigualdades sociais, derivadas de uma repartição da riqueza assimétrica.
Por exemplo, nos Estados Unidos, um em cada dez cidadãos vive abaixo do limiar da pobreza fixados pelas autoridades.
Na Europa, Portugal possui dos valores mais altos nos indicadores de pobreza e assimetria de rendimentos. E tem 40 por cento de pobres activos, o que revela que não basta ter trabalho para deixar de ser pobre.
Ontem, a presidência portuguesa da União Europeia deu um sinal de que a pobreza e a exclusão social têm de estar na agenda política.
Na mesa-redonda europeia dedicada a debater aqueles dois problemas, que decorre até quarta-feira na ilha de São Miguel, nos Açores, Portugal propôs a criação de "um espaço de encontro ao nível ministerial" no próximo fórum, que já decorrerá sob a presidência francesa.
O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, sublinhou, em declarações à Lusa, que é preciso "valorizar estas matérias, dar maior articulação ao mais alto nível político".
Sublinhando que a abordagem da inclusão activa, tal como está a ser desenvolvida pela Comissão Europeia, é de "grande utilidade", Vieira da Silva defendeu a construção de estratégias integradas e assentes em três pilares: rendimentos mínimos, aproximação ao mercado de trabalho e serviços sociais.
São necessárias "abordagens não parcelares", para se "atingir resultados no plano dos diferentes domínios e no plano global", disse o ministro, realçando que desligar a pobreza e a exclusão social do "núcleo duro dos instrumentos de desenvolvimento económico e social é um erro".
Fonte: Público
Data: 17-10-2007
Autor: Sofia Branco
Tema: Acção Social