sexta-feira, 17 de abril de 2009

REFLEXÃO...

Encontramos, por vezes, na nossa caminhada pela vida certas gentes e acções que nos deixam perplexos, tal é a covardia e o desejo de mal fazer ao seu "semelhante".
Por essa razão procurei saber mais sobre que sentimentos poderão provocar a ira descontrolada de alguns e, é essa reflexão que hoje partilho com os meus amigos:
"A nossa sociedade é baseada na comparação, porque o homem tem na comparação, em muitas ocasiões uma forma de aprendizagem; na família, por exemplo, todo o processo vive de comparação, pois que na nossa história familiar é imensa a carga de comparação a que somos diariamente submetidos. O sistema escolar é todo ele baseado na comparação, como classes mais adiantadas, classes mais atrasadas, notas, avaliações etc. A força da comparação está tão presente na nossa vida, que poderíamos chamá-la de sangue cultural. E quem não tiver consciência deste processo ao qual é submetido, diariamente, em todos os lugares, em todos os momentos, das mais variadas formas, dificilmente conseguirá trabalhar ou sair do seu sentimento de inveja.
Heráclito afirmava que os cidadãos de Éfeso deviam ser todos enforcados pois que eram movidos pela inveja, quando diziam: "Ninguém deve ser o primeiro entre nós".
Certas pessoas vivem eternamente insatisfeitas consigo mesmas quando se comparam com o próximo mas sem, ao menos, perceberem e aceitarem que o motivo é a inveja. Se, de um lado, entendemos que a comparação e a competição sadias provoca estímulos para vencer, entretanto, quando surge o ciúme, instala-se a inveja. Todo o processo social é comparativo e competitivo e, se a força é tão grande, qual será a maneira de afastarmos o sentimento de inveja e como nos modificarmos relativamente ao sentimento? Controlar os nossos ímpetos e impulsos comparativos, saturados de ciúme aceitando-nos com sentimentos de auto-estima é uma estratégia.
A diferença entre a comparação com os outros e a comparação connosco mesmos difere. Na auto-comparação, fortalecemos o nosso ego, estabelecendo o ponto de equilíbrio. Passamos a dirigir-nos, em função do que realmente somos e não em função do que os outros esperam de nós. Passamos a ser o nosso ponto fundamental de referência, levando-nos a um fortalecimento interior. A inveja como vivência de um sentimento interior, sob a forma de frustração, de tristeza, de mal-estar, de acanhamento, pela comparação maligna faz o invejoso sentir-se inferior aos outros, e cria um desequilíbrio íntimo, oriundo do sentimento. O exercício da comparação sadia leva-nos a projectos de reformulação de comportamentos para atingirmos a plena concretização de nossos ideais, e poderemos, então, compreender o motivo pelo qual, muitas vezes, nos sentimos prejudicados na nossa alegria de viver, sendo elas causadoras das nossas perturbações emocionais e dos inúteis desgastes energéticos. Examinando o nosso quotidiano, à luz das escolhas que fizemos ou que deixamos de fazer, veremos, com clareza, que somos, na actualidade, a "soma integral" de nossas opções diante da vida.
A inveja é, pois, a incapacidade de ver a vitória das outras pessoas, de aceitar as coisas dos outros, redundando numa auto-rejeição. No caso da inveja, a auto-aversão ocorre por não se sentir o invejoso como os outros são. As pessoas invejosas, geralmente, são frutos da revolta. típicamente ansiosas e portadoras da tristeza, com alto índice de ira e pressão.
CAUSAS.
O principal mecanismo da inveja, que é multifacetada, é o ciúme. O invejoso é normalmente inseguro, supersensível, irritadiço, desconfiado, observador minucioso e investigador da vida alheia; sempre armado e alerta contra tudo e contra todos, finge superioridade quando, na realidade se sente inferiorizado, sendo tal facto o provocador do ar de sarcasmo e de ironia que o invejoso costuma manifestar. Esse comportamento leva-o à exaustão, porque necessita ocultar o seu precário estado de harmonia interior. Enfim, não é fácil sustentar a máscara; deve sofrer muito..."
Fonte: Prof. Dr. ROQUE THEOPHILO, Psicoterapeuta, Sociólogo, Pesquisador e Professor Universitário.
A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas. Miguel Cervantes

13 Comentários:

Blogger SILÊNCIO CULPADO disse...

Maria Faia

A inveja é dos sentimentos mais mesquinhos e degradantes do ser humano. É certo que vivemos em sociedades que nos roubam a alma com comparações mas, como diz Sartre, "O homem pode sempre fazer alguma coisa daquilo que os outros fizeram dele".
Só somos inseguros quando para sermos seguros precisamos de certos requisitos competitivos. Se nos aceitarmos como somos e procurarmos melhorarmo-nos como pessoas sem esses ciúmes, latentes daremos passos gigantescos não só em direcção aos outros como ao encontro de nós mesmos. E essa é a chave de algum bem-estar que muitos chamam felicidade.

Abraço

17 de abril de 2009 às 23:02  
Blogger Agulheta disse...

Maria. Eu não gosto de compararações e hoje em dia se teima muito em comparar,este texto tem grande sentido de palavras,e muitas delas eu aceito em dizer que a comparação faz parte da inveja,é isso que a maioria tem,devia olhar primeiro para si,e depois para si,e só fim para os outros.
Beijinho bfs
Lisa

17 de abril de 2009 às 23:45  
Blogger Bípede Implume disse...

Acredito que tem muita importância a educação recebida. Se fôr dada uma formação sólida com respeito pelo seu semelhante e valores morais, dificilmente essa pessoa terá esse sentimento mesquinho e mediocre que é a inveja.
É constrangedor ver e ser alvo da inveja de outrém.
Mais um tema para nos fazer pensar.
Querida Maria Faia um bom fim de semana e beijinho de amizade.

18 de abril de 2009 às 00:09  
Blogger vieira calado disse...

A sociedade de hoje potencia a inveja.
Uma coisa é as pessoas quererem valorizar-se (o que é legítimo e desejável) e outra é passar por cima de tudo e de todos para alcançar o que pretendem.

Quanto ao seu estimado comentário na minha ASTRONOMIA, deve dizer que é disso mesmo que trato.
Não, astrologia, como referiu.

Cumprimentos meus.

18 de abril de 2009 às 02:54  
Blogger gaivota disse...

a inveja é terrível! conheço quem até tenha inveja daquuilo que nós não temos!!!...
a exposição está aberta até qo dia 26, vale a pena lá ir, vais gostar, é mesmo um regresso ao "ontem"
bom fim de semana
beijinhos

18 de abril de 2009 às 09:03  
Blogger Meg disse...

Maria Faia,

Para mim, para nós que viemos do outro lado do mar, a inveja era um sentimento quase desconhecido, mas odioso, quando, felizmente, só muito mais tarde dele fui mais uma vítima ...porque

Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo.
Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada.

Oscar Wilde
Um bom fim de semana, Maria Faia.

Beijos

18 de abril de 2009 às 11:14  
Blogger Mário Margaride disse...

Querida amiga

Um excelente tezto para todos reflectirmos, principalmente quem nos tem governado ao longo deste anos de democracia. E também para aqueles, que tendo poder económico e influência social, se julgam superiores.

Em meu nome e da Rosana, te desejo um excelente fim de semana!

Beijihos

Mário

18 de abril de 2009 às 13:52  
Blogger Mare Liberum disse...

A inveja é um sentimento daninho que desde sempre existiu e embora combatida creio que nunca será vencida. Podemos e devemos melhorar e procurar sempre combatê-la por todos os meios ao nosso alcance.

"O principal mecanismo da inveja, que é multifacetada, é o ciúme. O invejoso é normalmente inseguro, supersensível, irritadiço, desconfiado, observador minucioso e investigador da vida alheia; sempre armado e alerta contra tudo e contra todos, finge superioridade quando, na realidade se sente inferiorizado, sendo tal facto o provocador do ar de sarcasmo e de ironia que o invejoso costuma manifestar. Esse comportamento leva-o à exaustão, porque necessita ocultar o seu precário estado de harmonia interior. Enfim, não é fácil sustentar a máscara; deve sofrer muito..."

Para ler, reler muitas vezes e reflectir.

Bem-hajas!

Beijinhos

18 de abril de 2009 às 18:00  
Blogger tulipa disse...

A
VIDA
É
FEITA
DE
MOMENTOS...

Está convidada a partilhar
"MOMENTOS PERFEITOS" comigo, neste dia especial.

MUITO OBRIGADO por estar presente na minha vida.

Ofereço uma fatia de bolo, flores e um forte abraço.

19 de abril de 2009 às 02:59  
Blogger Alexa disse...

Maria Faia Belissima reflexão sobre estes tempos , a comparação e a inveja são sentimentos mesquinhos. E é um sentimento que mostra uma insegurança enorme da pessoa que possuie tais sentimentos

obrigada pela partilha
um bom domingo e um abraço

19 de abril de 2009 às 13:01  
Blogger Duarte disse...

Entramos por inércia em plena competição. a ver quem mais pode e quem mais tem, sem olhar a outros factores mais saudáveis, os sentimentos.
A tua reflexão é exaustiva, meditada e certa: concordo plenamente,
Dom Miguel, que elegestes para por termino aos teus argumentos também sofreu nas suas finas carnes esses sensabores. Por isso uma boa eleição.

Beijinhos no agradecimento

20 de abril de 2009 às 00:34  
Anonymous Anónimo disse...

Muito interessante esta análise.
Concordo parcialmente com ela. Acho-a, no entanto, demasiado certeira, simplista e linear.
Interessa saber o que provoca(ou) tanta insegurança e tanta inveja...

Saudações e um sorriso

20 de abril de 2009 às 10:34  
Blogger São disse...

A inveja é algo mesquinho , terrível e ameaçador. Até para quem a sente.
E um dos piores defeitos ibéricos é a inveja.
Um grande abraço, amiga minha.

20 de abril de 2009 às 17:53  

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