quarta-feira, 18 de março de 2009

POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL

Foto de minha autoria tirada num dos becos de Lisboa
Meus Amigos,
Na dita sociedade global em que vivemos e que, hoje, todos questionamos, com particular incidência para a globalização dos mercados neo-liberais, quero partilhar convosco algumas reflexões de minha autoria sobre Exclusão Social e Pobreza.
O conceito de exclusão social deve ser entendido a partir da existência de um conjunto de direitos e deveres normativamente inscritos nas estruturas sociais e plasmados em códigos normativos que expressam os grandes consensos que fundam os compromissos entre os membros de um qualquer sociedade. É esse conjunto de direitos e deveres que conferem às pessoas o estatuto de cidadãos e, é o facto de nem todos os cidadãos beneficiarem desse estatuto que dá sentido ao conceito de exclusão social. Entre estes direitos e deveres surgem o direito ao trabalho, ao rendimento autónomo, à educação, à cultura, aos cuidados de saúde, à protecção e participação social e cívica. Produzem-se situações de exclusão social porque a sociedade não oferece a todos os seus membros a possibilidade de beneficiar de todos os direitos nem de cumprir alguns dos deveres que lhes estão associados, ou seja, é produto de processos sociais, entre os quais sobressai a dificuldade temporária ou prolongada de acesso ao mercado de trabalho, e também de processos subjectivos que dizem respeito à forma como as pessoas excluídas vivenciam a sua condição de excluídas, reagindo perante o estatuto desvalorizado que lhes é imposto e desenvolvendo formas de adaptação às situações com que são confrontadas. Daqui resulta o facto de as pessoas desfavorecidas “perderem” o estatuto de cidadania plena, ou seja, de se verem impedidas de participar nos “normais” padrões de vida da sociedade.
A noção de pobreza refere-se, sobretudo, a uma das dimensões da existência mais determinantes dos processos de produção e reprodução da exclusão social: a das deficientes condições materiais de existência, ou da insuficiência de recursos de ordem económica, social ou cultural. Naturalmente a pobreza tende a produzir “culturas de pobreza”, correspondentes às maneiras de ser, fazer e sentir das pessoas, famílias ou grupos sociais cujos recursos escassos não lhes permitem viver segundo os padrões normativamente definidos como normais pela sociedade ou que não lhes permitem assegurar a subsistência e eficiência física. Torna-se difícil definir um conjunto de circunstâncias a partir do qual um grupo de pessoas pode considerar-se “desfavorecido”.

6 Comentários:

Blogger Mare Liberum disse...

As assimetrias sociais profundas produzidas pela globalização tendem a aumentar, segundo constato, e cada vez é mais difícil a aquisição do estatuto de cidadão de pelo direito por parte daqueles que se viram involuntariamente inseridos nessa enorme faixa de pobreza e exclusão social.
Por outro lado, parece-me que muitos há para quem o rendimento social de inserção deixou de ser" uma passagem para a outra margem" e acamparam definitivamente no meio da ponte.
Estamos em crise mas não devemos deixar-nos abater por ela. Enquanto há vida, há esperança.

Beijinhos

Bem-hajas!

18 de março de 2009 às 17:13  
Blogger gaivota disse...

olá vizinha... venho agradecer a visita á minha (nossa) praia, onde até levaste um cheirinho de angola...
este tema que aqui trazes é muito vasto e problemático, exsiste infelizmente e parece que os responsáveis não dão volta ao assunto...
muito bem colocado o texto!
aparece sempre
beijinhos

18 de março de 2009 às 18:05  
Blogger aramis disse...

Amiga,não tenho palavras para te expressar a alegria que senti ao ver a nossa "Maria Faia" voltar à blogosfera!
Faltam-nos blogs com qualidade e assuntos de interesse e o teu... é imprescindível!
Embora esteja actualmente com o tempo "muito contado", passarei com mais calma para apreciar melhor...
O meu, um destes dias, tambem voltará a ser actualizado.

Beijinhos aos molhos,

19 de março de 2009 às 01:14  
Blogger Agulheta disse...

É com muita alegria que vejo esta amiga de regresso a blogosfera,e com palavras tão pertinentes de uma sociedade que cada dia mais exclução existe,mas se não tens (peixe ensina a pescar)esta era uma filosofia,não podemos parar e esperar temos de ir à luta.
Beijinho gostei muito do regresso?

Lisa

19 de março de 2009 às 18:01  
Blogger Zé Povinho disse...

Há muita pobreza, não só social mas também de espírito. Exclusão social também não falta, ainda que se ouçam anúncios que mais não passam de caridadezinha.
Menos desigualdades, melhor redistribuição da riqueza e mais e melhor Justiça, será pedir muito?

Abraço do Zé, contente com este regresso em boa forma.

19 de março de 2009 às 22:07  
Blogger Meg disse...

Maria Faia,

Como são verdadeiras e oportunas as tuas palavras!
É uma boa reflexão sobre a nossa situação actual, que subscrevo inteiramente.
Bem hajas.

Um abraço

20 de março de 2009 às 11:35  

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