sábado, 2 de junho de 2007

MOMENTO DE POESIA....

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.
Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Ângulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.
Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.
Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valências de fora e de dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia."
in: António Gedeão

16 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Gostei da escolha de um Grande Mestre... Ele tinha razão, A minha aldeia é todo o mundo, todo o mundo me pertence...

Um Grande Kiss

2 de junho de 2007 às 23:16  
Blogger ANTONIO DELGADO disse...

Não conhecia este poema do Antonio Gedeão. Eu tenho não um poema mas um conto que se titula da mesma forma e parte dele já foi publicado no Ecos e Comentarios.
Um Bjs.
Antonio

3 de junho de 2007 às 01:42  
Blogger Mário Margaride disse...

Olá Maria,

Belíssimo poema de Gedeão!

Um belo retrato desta aldeia global, a que chamamos, MUNDO!

Bom domingo minha amiga.

Um beijinho.

3 de junho de 2007 às 02:18  
Blogger Maria Faia disse...

Olá António,

É muito bonito este poema sim. Para além de que, como outros, é também muito conhecido. Provavelmente leste e não te lembras.
Eu gosto muito da poesia do Gedeão. Faz-me bem à alma em momentos difíceis.

Beijo de Bom Domingo

3 de junho de 2007 às 02:34  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Amigo Mário,

Um Feliz Domingo para ti meu amigo, embalado em poesia, como tu tanto gostas.

Beijinhos

3 de junho de 2007 às 02:35  
Blogger ANTONIO DELGADO disse...

Não li não!
Depois tenho uma certa animosidade com a poesia devido a que, quando estudava na instrução primaria, era obrigado ( eu e os outros) a decorar todos os poemas que surgiam no livro de leitura, se não decorara era castigado, tal como todos os outros! Depois nos ambitos sociologicos encara-se a poesia como uma forma de tecnocracia da palavra para criar sugestões sensiveis em quem le.
Bjs e bom domingo

3 de junho de 2007 às 05:32  
Blogger José Lopes disse...

Rómulo de Carvalho pois então, na sua simplicidade, idêntica à forma como explicava a física nos manuais que elaborou.
Abraço

3 de junho de 2007 às 12:44  
Blogger Maria Faia disse...

É verdade Amigo Guardião,

Na poesia era António Gedeão, na vida profissional, o grande Rómulo de Carvalho, professor, pedagogo, historiador da ciência e da educação etc...
Viveu uma vida inteira e os seus ensinamentos, poéticos e outros, permanecem para todo o sempre.

E, ainda há quem diga que tem vergonha de ser português...

Um Bom Domingo.

3 de junho de 2007 às 13:12  
Blogger Verena Sánchez Doering disse...

que bello poema querida amiga
abrazando al mundo
besitos y una linda semana, que estes muy bien
un abrazo grande


besos y sueños

4 de junho de 2007 às 03:48  
Blogger papagueno disse...

A nossa aldeia aldeia é sempre amais bela.
boa escolha.
beijinhos

4 de junho de 2007 às 09:34  
Anonymous Anónimo disse...

Caríssima Maria.

Uma grande iniciativa e sensibilidade.
Uma poesia que nos leva a refletir.

Abraços

4 de junho de 2007 às 13:37  
Blogger Maria Faia disse...

Querida Amiga Freyja,

O poema é lindo e foi escrito por um grande português, um poeta de alma grande.
Irei divulgando outros poemas dele que acharás um encanto.
É uma forma de divulgação da cultura portuguesa, a nossa cultura poética, arte sublime de expressão e sensibilidade interior...

Beijinhos para ti

5 de junho de 2007 às 04:07  
Blogger Maria Faia disse...

Viva Papagueno,

A nossa aldeia global poderia ser mais linda. Se a soubéssemos enfeitar...

Beijo para ti

5 de junho de 2007 às 04:08  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Carlinhos,

Que bom ver-te por aqui...
A arte da poesia é fazer-nos reflectir.
Ela sai-nos da alma... como um lamento, um desejo, um sentir querido.

Beijo alcobacense para ti.

5 de junho de 2007 às 04:10  
Anonymous Anónimo disse...

Olá Mariafaia!

O poema foi muito bem escolhido...
Reflectimos, sonhamos e atá pensamos em soluções para "a nossa aldeia".
Beijinhos

5 de junho de 2007 às 17:01  
Blogger Maria Faia disse...

Viva Aramis,

Ainda bem que gostou da escolha.
O objectivo eram mesmo o de nos fazer pensar...
Escrever por escrever não faz qualquer sentido.

Beijinho

5 de junho de 2007 às 19:12  

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