quarta-feira, 13 de junho de 2007

VISITANDO ÉVORA...

Há cerca de um mês re-visitei uma das cidades portuguesas mais ricas em património histórico e arqueológico - Évora, declarada Património da Humanidade pela UNESCO.
As profundas obras de remodelação obrigaram ao fecho do edifício principal do Museu de Évora, pelo que, um núcleo temporário de exposição, com as melhores peças do Museu de Évora, foi instalado na Igreja de Santa Clara, edificada na segunda metade do século XVI. ( (in "Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado" - IPPAR, 1993)
Aqui, pela primeira vez, estão patentes ao público, uma Lamentação sobre Cristo Morto, de Diogo de Contreiras, e um retrato do pintor André Gonçalves, obra atribuída a Antoine Quillard, peças recentemente adquiridas para o acervo do Museu, para além de outras obras de arte recentemente recuperadas pelo Museu.
A Igreja de Santa Clara fez parte integrante do Convento de Stª Clara, o qual foi fundado no ano de 1452, pelo bispo de Évora, D. Vasco Perdigão, no antigo Paço dos Falcões.
O actual edifício já pouco conserva dessa primeira campanha quatrocentista. No período filipino, respondendo às normas tridentinas, Manuel Filipe foi encarregue de remodelar a igreja, segundo desenho de um arquitecto ainda desconhecido. Mantiveram-se os limites do antigo templo gótico, mas suprimiram-se as proporções e a espacialidade originais, em benefício da severidade que caracteriza a arquitectura dos anos finais do século XVII. Ao longo dos séculos, o convento foi alvo de sucessivas reformas e actualizações estéticas. Da época filipina conservam-se ainda importantes vestígios de pintura a fresco atribuídos a José de Escobar. Mais recentes são as telas pintadas por António de Oliveira Bernardes, alsuivas a momentos da vida dos homens mais importantes da Ordem. O tecto da nave, revestido com pintura mural com a figura da Virgem da Conceição ao centro, data de inícios do século XVIII e inspira-se em modelos italianos do Barroco final (ESPANCA, 1966). Igualmente barroco é o retábulo-mor, obra do reinado de D. João V, que substituiu os outros dois altares anteriores, o gótico, feito por André Gonçalves em 1460 e de que nada restou, e o filipino, obra de 1592 do eborense Francisco João e integrando uma pintura alusiva à Vida de Santa Clara, que se conserva no Museu Regional (ESPANCA, 1993, pp.88-89). Definitivamente extinto em 1903, por morte da última freira, Maria Ludovina do Carmo, apenas nesta data, aqui se instalaram várias unidades militares até 1936, data em que parte do convento ruíu. Este convento sofreu estragos de certa monta em Maio de1663, durante o cerco da cidade pelo exército castelhano de D. João de Áustria, e no dia 1º de Dezembro de 1755, aquando do terrível sismo que destruiu Lisboa .
Desde 1979, ocupando o velho edifício conventual, foi criada a Escola Preparatória de Santa Clara que passou a Escola Básica 2,3 de Santa Clara, no ano lectivo 1993/94, encontrando-se a Igreja de Santa Clara sob jurisdição do IPPAR.
in:
Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, vol. I, Lisboa, 1993, Autor(es) LOPES, Flávio; Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, Vol. XII, Lisboa, 1992, Autor(es) ESPANCA, Túlio A Arquitectura Religiosa do Alto Alentejo na Segunda Metade do Século XVI e nos Séculos XVII e XVIII, 1983 Autor(es) CHICÓ, Mário TavaresREIS, Humberto11 1983 Autor(es) CHICÓ, Mário TavaresREIS, Humberto Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I), Lisboa, 1966, Autor(es) ESPANCA, Túlio
De qualquer forma, não posso deixar de registar neste espaço de convívio, sempre visitado dignos Eborenses, a tristeza e revolta que senti ao entrar na Igreja de Stª Clara, pelo elevado grau de degradação a que aquele espaço, que outrora foi belo, se encontra votado. Os frescos que cobriam os seus tectos, de que ainda se vêm vestígios, encontram-se quase totalmente destruídos e os índices de humidade que se sentem naquele espaço são de tal gravidade que, salvo melhor opinião, colocam em risco não só as obras de arte que lá se encontram em exposição, como a saúde dos trabalhadores do Museu de Évora que ali se encontram em exercício de funções.
É, de facto, revoltante que, "a meia dúzia de passos", em território espanhol, se encontre o respectivo património histórico, cultural, arqueológico e religioso recuperado e protegido e nós, portugueses, exibamos públicamente a nossa "desgraça" e degradação acumulada ao longo dos anos.
Será que o património português vale tão pouco que não mereça recuperação?
E, como é que é possível instalar-se uma exposição com obras de tamanha qualidade e valor histórico e patrimonial num espaço em que até é difícil respirar atento o elevado teor de humidade e fungos nele existente?!...

24 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Adoro Évora!
Gostei de a revisitar por aqui.

13 de junho de 2007 às 10:30  
Anonymous Anónimo disse...

Amiga, eu soube que vieste a Évora, e que gostaste, pois é uma cidade linda com o seu património monumental e arqueológico. Bjinhos

13 de junho de 2007 às 18:00  
Anonymous Anónimo disse...

Pois é Minha Amiga, o Belo tem sempre um Senão. Estas situações acontecem, porque, de facto, não temos uma política para a Cultura. Basta ver o OE para a área da Cultura, basta ver que as instituições da cultura estão desamparadas e com falta de pessoal.
Ainda me dizem que há funcionários a mais... Onde?
Muitas sobrevivem com programas temporários de pessoal sub-contratado e por aí adiante... Já agora onde está a Ministra?

Bem hajas por este artigo de alerta, o dever cívico também passa pela Cultura.

Grande Kiss

13 de junho de 2007 às 20:34  
Blogger Maria Faia disse...

Viva Defensor da Memória,

Antes de mais, tenho que dizer-te que me sensibilizou, não só o teu blog (conteúdo, como é óbvio...), como também, e sobretudo, o pseudónimo que escolheste como autor.
Defensores da memória devíamos ser todos quantos sob esta terra caminham, lutando pelas conquistas da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, pelo desenvolvimento da cultura Humanista e pela Justiça, Saúde, Educação, Trabalho etc. para todos os cidadãos do mundo.
Bem hajas por este trabalho que merece todo o meu carinho e admiração.

Nota: Aproveito para agradecer a tua visita ao Querubim, desejar-te um bom resto de semana e dizer-te que te adiccionei aos meus Favoritos e adiccionar-te-ei à minha Lista de Blogs a visitar.

Beijinho

13 de junho de 2007 às 22:27  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Raquel,

Uma coisa temos em comum: ambas adoramos Évora. Será só isso?.. Lendo o Pensamentos Soltos, direi apenas...Talvez não....

Beijinho para ti.

13 de junho de 2007 às 22:35  
Blogger Maria Faia disse...

Meu Amigo Ludovicus,

Tens toda a razão. Cidadania é, salvo melhor opinião, intervenção na esfera dos direitos de todos nós enquanto povo, pertençam eles às áreas da cultura, ciência, política, economia ou qualquer outra.
É, acima de tudo, o exercício do direito à LIBERDADE de um povo.
No caso concreto, chocou-me tanta beleza, cultura e património abandonado. Afinal, a memória de um Povo deve ser preservada pois, faz parte da sua história e´herança colectiva, projectando o futuro pelo conhecimento do passado.
E, Évora é património vivo...
Esperemos que a Ministra, o IPPAR, a Câmara Municipal e quem mais de direito sejam convidados a visitar aquele espaço tal como está e sintam, como eu senti, a revolta profunda do abandono e a vontade de mudar recuperando e construindo um futuro melhor.

Beijinhos

13 de junho de 2007 às 22:42  
Blogger José Lopes disse...

Em Évora, Batalha, Queluz, Sintra ou Alcobaça o panorama pouco varia. A Cultura em Portugal está relegada para a lista das coisas esquecidas por quem manda. As finanças dizem corte-se, o Socas quer é aeroportos a ministra da Cultura quer é festarolas e inaugurações para arejar o despenteado.
Ainada bem que há quem vá denunciando a incúria e o desprezo a que o Património está votado
Abraço

13 de junho de 2007 às 22:54  
Blogger Maria Faia disse...

Caro Amigo Guardião,

A indignação é um direito de todos nós.
Esta problemática já vem de bem longe, atravessando governos e mais governos, de cores e projectos diferentes. A falta de cultura de preservação e recuperação do nosso património deve combater-se, apesar das dificuldades em que vamos vivendo.
Afinal, todos os dias assistimos a tantos desperdícios....

Beijinho

13 de junho de 2007 às 23:04  
Blogger ANTONIO DELGADO disse...

Estas coisas não me indignam NADA MAS MESMO NADA, o contrario SIM. Há muito que sou um contestatário sobre o estado em que está todo o nosso património, desde o momumental Ao paisagistico, passando pelo imaterial ( poesia popular, contos orais e saberes populares) mas sobretudo o património humamo. Era neste que deveriamos talvez começar a melhore para tentar melhorar tudo isto que é aqui comentado. Portugal é um pais Lindo, pena é que seja " Tão mal frequentado" como dizia o Ramalho no sec. XIX. Actitudes civicas precisam-se...o povo portugues, capitaneados pelos seu politicos, parece que tem falta de carinho por tudo aquilo que lhe deveria estimular orgulho. E ter um nivel académico (cultural) mais elevado mas infelizmente não tem, por muito que haja luniticos com boas intenções e previnam.

Bisou
António

14 de junho de 2007 às 01:44  
Blogger Verena Sánchez Doering disse...

uiii que lindo amiga, conosco Portugal solo por imagenes y a Evora tambien, donde tengo unos lindos amigos tambien
que hermoso post hiciste hoy
te dejo mi cariño y una vez mas abrazando la cultura amiga
que estes muy bien y que mañana sea un hermoso dia
mil besito



besos y sueños

14 de junho de 2007 às 02:58  
Anonymous Anónimo disse...

Olá amiga, tenho estado com alguns problemas... Mas estou aqui para comentar este post até porque as questões aqui apontadas são muito pertinentes; 1- porque como édo conhecimento de todos nós Évora e Patrimómio Mundial e como tal não devia deixar os seus monymentos chegar ao estado a que chegou a Igreja de Santa Clara.
2- A igreja de Santa Clara é património da própria Igreja (Instituição), que com o dinheiro que tem deveria repensar a politica de obras das igrejas que não estão ao culto como é o caso desta.
3- O Museu de Évora sendo tutelado pelo Ministério da Cultura, deveria ter encontrado outras alternativas para a colocação das obras de arte que não esta.
Várias outras questões poderão ser colocadas, mas o que importa é que esta situação foi vantajosa para as duas instituições, Igreja e Ministério da Cultura e digo isto porque quando os responsavéis pelo Museu de Evora entraram pela primeira vez na Igreja esta estava ao que parece imunda completamente repleta de escrementos de pombo e muito mais... assim em troca de um empréstimo a Igreja descartou-se temporáriamente de um problema e o Museu de Évora sem pagar aluguer mostra algumas das suas obras...Então e os funcionários? Então a Conservação preventiva das peças? E o público que visita a exposição, será que o nº de visitas dá para as despesas de Manutenção? Enfim um sem número de questões que deviam ter sido poderadas e que lamentávelmente o não foram...
Obrigado Maria Faia
Belo post
Beijinhos

14 de junho de 2007 às 14:25  
Anonymous Anónimo disse...

Mariafaia,
Uma das minhas cidades preferidas...
Gostei de reviver através das suas palavras.
Em relação à degradação do nosso património, é mesmo de doer, não se entende o porquê da não preservação!
Beijinhos

14 de junho de 2007 às 16:27  
Anonymous Anónimo disse...

Pois é amiga imagina como está hoje o ambiente com o teor de humidade que está no ar...
O pior de tudo é que ninguém pensou nem pensa em resolver esta situação, mesmo no que não se vê como por exemplo, os pombos, os bichos da madeira, os xilófagos, etc. etc.Quer me parecer que como diz a XRéis, esta foi a solução encontrada para mascarar o verdadeiro problema que era e Igreja de Santa Clara, para todas as Instituições relacionadas com o Edificio, foi como se costuma dizer sopa no mel.O que se fez ali foi limpar o que estava demasiado sujo, sem se preocupar com o restauro(quem iria pagar?) depois a solução de colocar aquela estrutura deve ter ficado cara, mas provavelmente ficaria mais barata que as obras bde restauro...Enfim tudo à Portuguesa... Pois poderiam ter conjugado esforços, cada um pagava uma parte e a solução teria sido bem melhor todos teriam ficado a lucar. É pena pois o monumento é fantástico!!!

15 de junho de 2007 às 15:15  
Blogger avelaneiraflorida disse...

Vim retribuir a visita feita ao meu cantinho!
Encontrei aqui muitos dos valores e ideias com que me identifico...

A Natureza e o Património, em qualquer das suas formas, são dádivas que o ser humano nem sempre é digno de receber!!!

Vou voltar! Este também é um espaço que me faz sentir bem.

15 de junho de 2007 às 18:38  
Blogger A.S. disse...

Évora uma cidade pela qual tenho um especial carinho!


Beijoss

15 de junho de 2007 às 19:53  
Blogger Maria Faia disse...

Dear António,
Concordo contigo. Apesar de todos os pesares, é, sobretudo, no património humano que a humanidade deve apostar.
É que, segundo penso, NÃO PODE VALER TUDO PARA ATINGIR DETERMINADOS FINS.
De facto, o Ramalho Ortigão sabia o que dizia, tal como o Eça, o Antero e outros que tais. As críticas que fizeram à sociedade contemporânea aplicam-se, ainda hoje na perfeição… por isso, prefiro continuar lunática, utópica, sonhadora… o que certos(as) ignorantes quiserem.
Defendamos as causas em que acreditamos e vivamos em verdade connosco.
SEMPRE
Beijinhos...

15 de junho de 2007 às 20:14  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Freyja,

Que bom proporcionar-te alegria com imagens de Portugal.
Este país é lindo, embora pequenino. Só tenho pena que certas pessoas o maltratem tanto…

Beijinhos para ti e que vivas um excelente e feliz fim de semana.

15 de junho de 2007 às 20:14  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Amiga XReis,

O Ludovicus já me tinha dito que andas com problemas com o computador. Espero que já estejam resolvidos, pois sinto a tua falta na blogosfera.
Se a Igreja de Santa Clara é património da Igreja, bem que podiam recuperá-la…Não há neste país instituição mais rica (em dinheiro…) do que ela. Ou será que me engano?!...
Mas como todos os ricos que se “prezam”, devem estar à espera de algum subsidiozito…
Que tristeza a nossa!

P.S. Obrigado pelo carinho com que me recebeste em Évora.

Beijinhos para ti

15 de junho de 2007 às 20:16  
Blogger Maria Faia disse...

Viva Aramis,

Antes mais, parabéns pela nova exposição de fotografia. Apanhou-lhe o gosto… O que é muito bom.
Espero desta vez ir até lá e tomar um café consigo.

Beijinhos

15 de junho de 2007 às 20:16  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Caminheira,

Gostei do teu espaço, do que nele vi e li. É um espaço muito agradável, que dispõe bem.
Quanto à Igreja de Santa Clara, é uma pena estar no estado de degradação em que está. Mas, infelizmente, não é só ela. Temos muito património degradado e, se o Estado não tem dinheiro, os privados também não se organizam para nada. Alias, minto: organizam-se, fazendo festas para angariação de fundos para mais capelas e capelinhas, algumas sem qualquer conexão ou enquadramento com a zona em que se inserem…

Beijinhos e Bom Fim de Semana.

15 de junho de 2007 às 20:21  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Avelaneiraflorida,

Adorei o teu nick. Representado a primavera, só pode trazer muito de bom.
Tens razão: “A Natureza e o Património, em qualquer das suas formas, são dádivas que o ser humano nem sempre é digno de receber!!!”.
Por isso mesmo, lutemos por eles, pela sua preservação.

Beijinho e Bom Fim de Semana

15 de junho de 2007 às 20:21  
Blogger Maria Faia disse...

Viva A.S.

Todos nós temos um carinho muito especial por Évora.
Ao pisar aquelas calçadas gastas pelo vento, pelos passos, pela chuva ou pelo tempo, vivem-se sonhos não vividos, passados de eras distantes, nas paredes envelhecidas pelo esquecimento dos tempos...

Beijinhos

15 de junho de 2007 às 20:26  
Blogger António Inglês disse...

Olá Maria Faia


Conheço, de muitas visitas a cidade-museu que é Évora.
Sei que o património nacional não está todo a ser cuidado infelizmente.
Quero acrescentar a este que a minha amiga denuncia,a igreja de Almoster.
Até há poucos anos era degradante ver o abandono a que este antigo convento foi condenado. Digo até há poucos anos porque há um bom par deles que lá não vou.
A cultura patrimonial deste País tem sido realmente, muito mal tratada.
...A igreja de Almoster pertenceu ao convento cisterciense fundado em 1287, tendo sido a rainha Santa quem mandou construir a enfermaria e o claustro, com colunas geminadas e capitéis decorados. É de três naves com cinco tramos e arcos ogivais, abrindo lateralmente por um portal gótico. Destacam-se as imagens, pinturas, altares barrocos, painéis e azulejos do séc. XVIII
Monumento Nacional, Decreto Nº 6644 de 27-5-1920
in Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado
Edição promovida pelo IPPAR, 1993
O mais grave é que parece que quem de direito até tem conhecimento do estado em que muitos dos nossos monumentos se encontram.
Um abraço.
José Gonçalves

20 de junho de 2007 às 22:54  
Blogger Maria Faia disse...

Meu Bom Amigo José Gonçalves,

Já tinha saudades das suas brilhantes intervenções mas, agora que as férias terminaram, aqui está o meu amigo com a força toda da sabedoria que a vida lhe acrescentou.
Lamento mas, tenho que concordar inteiramente consigo.
Este nosso património vai-se perdendo na degradação dos tempos e dos homens...

Beijinho amigo para si.

20 de junho de 2007 às 23:17  

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