domingo, 24 de junho de 2007

A MULHER NA SOCIEDADE GLOBAL

Reflectir sobre o papel da Mulher, em particular na área do Emprego, é para toda a comunidade, que se quer mais Humana e Solidária, tarefa indispensável na construção de um Universo cujos obreiros pautem a sua existência por Ser e Estar em condições de Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
Portugal é hoje um país, volvidos que são os escassos 33 anos de derrube de um sistema político ditador e inibidor do desenvolvimento da Dignidade Humana e Consciência Colectiva, em plena transformação social, apesar de a um ritmo menos acelerado que o progresso e desenvolvimento à escala Europeia.
No entanto, o problema da discriminação no mercado de trabalho é um problema que, reconhecidamente, ainda subsiste, não só em Portugal, como um pouco por todo o mundo.
Tal facto é demonstrado pela persistente diferença entre as taxas de desemprego das Mulheres e Homens, aquelas significativamente acrescidas, bem como pelo facto de ainda se registarem ganhos médios das Mulheres significativamente inferiores aos dos Homens.
O combate à segregação no mercado de trabalho é, neste contexto, uma aposta que se vem concretizando em Portugal, através da criação e implementação de medidas de descriminação positiva que reforcem a participação das Mulheres no emprego, paralelamente ao reforço da informação e controlo da legislação nacional e comunitária neste domínio, a par de todo um conjunto de medidas tendencialmente fomentadoras e impulsionadoras de uma maior Inclusão Social.
Outra dimensão importante para a promoção da Igualdade de Oportunidades é a questão da Conciliação entre a vida familiar e a vida profissional.
Também neste domínio é possível e urgente a criação de uma sociedade mais Solidária e Igualitária.
Neste contexto apesar do visível aumento da cobertura do nosso País em equipamentos de apoio à infância e aos idosos, bem como a melhoria da facilidade de acesso aos serviços de proximidade, enquanto elementos chave de uma intervenção facilitadora da conciliação entre trabalho e família, muito há, também, ainda por fazer.
Importante para a prossecução deste grande objectivo social tem sido também, a participação, promoção e adesão incondicional do nosso país ás várias iniciativas internacionais de defesa da Mulher – Mãe e Mulher – Trabalhadora.
Não será demais lembrar as palavras do ex - Presidente da República, D. Jorge Sampaio, enquanto convidado de honra, na 88ª sessão da Conferência Internacional de Direito do Trabalho, realizada em Genebra ( Junho 2000), tanscrevo:
Apesar dos milhões de pobres e desempregados que existem na Europa, os sistemas de relações industriais, os modelos de protecção e a generalidade dos instrumentos de promoção da cidadania social foram, e nalguns casos ainda são, criticados por alegadamente serem responsáveis pela perda da competitividade europeia.
Todos estaremos lembrados das receitas simplistas que, em nome da promoção do emprego, afirmavam a necessidade da Europa reduzir os níveis e limitar drasticamente o alcance das garantias cívicas e sociais que a singularizam no Mundo.
Conto-me entre os que consideram que o chamado modelo social europeu, com o sistema de relações industriais que o integra, está na base das décadas de crescimento económico e de progresso social que os países democráticos da Europa conheceram no pós – guerra.
Mas pertenço também ao grupo dos que sabem que tal modelo não resultou de qualquer automatismo económico ou tecnológico. Resultou sim, pelo contrário, de um esforço continuado das sociedades democráticas avançadas para limitarem e corrigirem, através de um quadro institucional adequado as desigualdades induzidas pelas economias de mercado.”
MariaFaia – Junho de 2007

12 Comentários:

Blogger avelaneiraflorida disse...

Porque será que se inventou a palavra "DEMOCRACIA"...se depois não lhe damos o correcto e legítimo uso??????

25 de junho de 2007 às 07:40  
Blogger Luís Galego disse...

ainda temos uma constituição por cumprir, infelizmente...

25 de junho de 2007 às 14:32  
Anonymous Anónimo disse...

Brilhante Artigo Minha Amiga. No entanto ainda há muito caminho a percorrer, muita azinhaga a esquadrinhar.
Não baixemos os braço.


Kiss e Boa Semana

25 de junho de 2007 às 21:39  
Blogger avelaneiraflorida disse...

Não sei se espreitou o meu cantinho?!!!
Mas tem algo à sua espera...

Bjks

26 de junho de 2007 às 08:45  
Blogger Mário Margaride disse...

Olá Maria,

Excelente texto!

Vou responder-te a esse texto com um poema que se chama "POR SERES MULHER!"

Que da minha perspectiva, retrata como a sociedade, via, e ainda de certa forma, vê a mulher na sociedade.

Beijinho querida amiga

Por seres mulher!

Bem cedo, dizem-te como deves ser
O que, como, e o que deves fazer
Esquecem que podes ter outras vontades
Tentam impor-te velhas realidades

Mas se inconformada, ignoras os rituais,
E segues só os teus impulsos naturais…
Logo clamam contra a tua rebeldia
Dizem que és obstinada e irreverente,
Difícil, e até inconveniente
Pois ser assim é demais, é ousadia!

Sorrindo, entre as teias desta contradição
Assente, desde sempre, em subtil opressão
Vais resistindo, sem a tentação, sequer…
Que teimam em dizer que és, por seres mulher!

PS:não esqueci o teu presente... Ainda não tive, foi disponibilidade para fazer o post. Mas irei faze-lo, descansa!

26 de junho de 2007 às 23:56  
Blogger Maria Faia disse...

Querida amiga Avelaneira,

Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo. De uma forma simplista, poderemos que democracia é o governo do povo, para o povo.
No mundo global em que hoje vivemos muitas vezes nos interrogamos sobre a construção democrática que estamos a operar. É que, na verdade, não raras vezes, ficam-nos a sensação e os amargos de boca do desvirtuamento deste conceito e prática política que vemos ultrapassado por interesses individuais e marginais à sociedade do povo.
Continuemos a lutar.

Beijinho

27 de junho de 2007 às 01:20  
Blogger Maria Faia disse...

É verdade Luis,

Ainda temos muito que aprender e praticar para darmos corpo vivo à nossa Constituição, por sinal, bem rica em princípios e normas democráticas e livres.

Beijo amigo

27 de junho de 2007 às 01:20  
Blogger Maria Faia disse...

Olá Ludovicus,

Antes de mais agradeço-te a divulgação deste artigo no Momentos.
Quanto maior a comunicação melhor a mensagem se difunde.
Não baixemos os braços NUNCA. Lutemos pela justiça e pelo bem-estar colectivo da humanidade.

Beijo amigo para ti.

27 de junho de 2007 às 01:21  
Blogger Maria Faia disse...

Querida amiga Avelaneira,

Já espreitei sim.
Muito obrigada pelo miminho. É sempre bom saber que pessoas boas estão connosco.

Beijinhos

27 de junho de 2007 às 01:21  
Blogger Maria Faia disse...

Querido Amigo Mário,

Deixas-me sem palavras com o carinho que sempre dedicas a este meu pequenino espaço. És um querido mesmo.
E, logo eu que, desde tenra idade fui sistematicamente “repreendida” pela minha irreverência e ousadia…
Hoje mudei um pouco, mas a irreverência continua a morar no meu coração. Por isso luto e não me calo. Valerá a pena?...
Quero crer que SIM.
PS. Não te esqueças de informar qual a tua editora porque quero comprar o teu livro.

Beijinhos para ti

27 de junho de 2007 às 01:22  
Blogger Lusófona disse...

Olá Maria!!

O nosso caminhar é lento, muito lento, mas o importante é evoluir.

Desde de sempre que lutamos por um mundo melhor, por melhores condições de vida, trabalho, igualdades e etc., e acredite, haverá sempre pelo o que lutar e sempre valerá apena :)

Beijinhos e fica bem

27 de junho de 2007 às 11:18  
Anonymous Anónimo disse...

gostaria de saber do amigo Mário Margaride o nome do autor do poema "POr seres mulher!"

17 de abril de 2008 às 20:06  

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