segunda-feira, 30 de abril de 2007

BARBÁRIE...

Civilização e Barbárie são conceitos antónimos, ou seja, com significados opostos e díspares consoante a era em que se situam. No mundo a que se usa apelidar de “moderno”, Civilização é uma palavra imbuída de qualidades, isto é, inclui os “bem-educados”, os que vivem em sociedade, em suma, os que se adequam a padrões e normas pré-estabelecidas. Em contraposição, Barbárie é o estado em que vivem os Bárbaros e este são todos os que vivem sem cultura, sem civilização, que são violentos ou cruéis. Todos nós que vivemos neste pretenso mundo moderno, que frequentemente ouvimos dizer, ou dizemos, que passámos do estado bárbaro ao estado civilizado, olhamos para o outro lado (parte do mesmo mundo) e assistimos, por vezes impávidos e serenos, a todo o tipo de barbáries desenvolvidas pelo homem do dito mundo moderno… Apesar de civilizados os Homens não se civilizaram… A imagem real com que hoje vos deixo é bem o exemplo da barbárie moderna, da actual falta de valores e padrões ético – culturais, da incompetência dos Estados políticos, pretensamente sociais… Que sociedades estamos todos nós a construir ou a permitir que outros construam?!... De Homens civilizados, de homens bárbaros ou de bestas?!... Já dizia Buffon “ O Homem é um ser racional, a besta um animal sem razão.”

quinta-feira, 26 de abril de 2007

LIBERDADE

Partilho com todos quantos visitam este espaço, o sentir da Liberdade da autoria de uma menina de 10 anos de idade.
25 DE ABRIL SEMPRE... FASCISMO NUNCA MAIS!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 DE ABRIL ...SEMPRE!

"Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho num campo qualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer."
in: Emelinda Duarte

sexta-feira, 20 de abril de 2007

CÍRCULO DE AMOR

No mundo em que vivemos, onde a distribuição da riqueza se processa de uma forma tão desigual e desumanizada, em que cerca de 250 pessoas têm tanto como 80% da população global, é imperioso que os governos, bem como os cidadãos socialmente empenhados, reflictam seriamente sobre o rumo que se pretende para o devir. Obrigatoriamente, a sociedade tem que retomar uma reflexão humana. Decerto todos concordamos que vivemos, hoje, numa economia global assente em princípios de mercado capitalista, em que o Homem se apresenta como um Ser egoísta e individualista e, em que a desigual distribuição da riqueza é, em grande parte, fruto de negligência política, a nível mundial. Raros são os políticos que, na prática, conseguem vencer as barreiras políticas e económicas. Assim, para se compreender e encetar, verdadeiramente, um trajecto de luta contra a pobreza, necessário será que o Homem seja capaz de, no dia a dia, activamente e não só pela mera enunciação de princípios, construir uma sociedade mais altruísta, humana e solidária. O que é, nos dias de hoje, a pobreza de que tanto e tantos falam? Será a fome, a insegurança, o analfabetismo ou a desqualificação? Ou será antes, numa perspectiva global, todo este conjunto de carências humanas/sociais? Quanto a mim, entendo a pobreza de uma forma global e não individual. A fome é ou não uma séria ameaça à segurança individual e colectiva? O problema da fome é ou não, fundamentalmente, um problema de desenvolvimento, de cultura e de justiça social? Normalmente, quem se preocupa com os pobres, coloca-se na atitude de alguém que quer ajudar a resolver o problema (dando uma esmola, ajudando ou apoiando, individualmente, os mais carenciados de que tem notícia etc...), quando, na verdade, deveria sentir-se como parte do próprio problema. A pobreza não é um problema individual. É, ao contrário, um grave problema global das sociedades contemporâneas. Já nesta medida, em 1995, na Conferência de Desenvolvimento Social, em Copenhaga, todos os Chefes de Estado se comprometeram em erradicar a fome e a pobreza nos seus países. No entanto, não se pense que somente ao Estado compete promover o desenvolvimento. O desenvolvimento deve ser encarado também como auto-desenvolvimento, um desenvolvimento integral em que Estados e Indivíduos se empenhem mutuamente na sua promoção. Ora, parece-me ser um dado adquirido, a existência, a nível mundial, de um considerável défice de sensibilidade humanista pelo que, urgente se torna que, gradualmente, se vá operando a necessária conversão de mentalidades para novos padrões de justiça e de participação social.
Só assim “construiremos” sociedades em que Estado e Indivíduos promovam o Desenvolvimento sob uma perspectiva de Dignificação e de Respeito Humano e construiremos um verdadeiro círculo de Amor entre os Homens.
Maria Faia

terça-feira, 17 de abril de 2007

CAMPO DE LIBERDADE...

Era criança… Gostava de correr por entre os campos sulcados pela faina dos arados, Fertilizados pelo suor daqueles homens e mulheres que eu via, ano após ano, semeando o trigo, milho, centeio ou cevada. Meu avô, mestre de agricultura, lançava à terra a semente de que brotava o pão e seu sustento. Olhava, com olhos de criança pura, o cereal já crescido, fruto do trabalho laborioso daquele Homem simples, meigo e engenhoso, ligado à terra que, com carinho e afinco, fazia brotar da semente o alimento e a vida. A felicidade que invadia o meu ser, correndo por entre aquelas searas verdejantes, compreendo-a hoje melhor do que ontem. Era o pulsar da vida que brotava em mim, a união celestial do sol, da terra, da água, da lua e do Homem, todos laborando para a construção da Humanidade. Era o sinal supremo do crescimento, fertilidade e renascimento da vida. Vida que a noite renova, retempera e acalma. Ainda hoje, procuro na noite estrelada, a beleza da luz do infinito, a paz do espírito cansado, a harmonia que irradia aquela lua distante, segura na palma de minha mão,
O cheiro da terra suada… A Verdade, semente fundamental da existência, germinando no interior da alma humana, fazendo brotar os mais lindos cânticos de Paz e Liberdade. Afinal, também o meu avô era um campo onde a semente germinava!
Um Mestre de Liberdade… Afinal, todos nós podemos ser sementes de vida lançadas à terra,
Fazer germinar sob a abóbada celeste, as mais lindas Espigas de
Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Maria Faia – Abril/2000

domingo, 8 de abril de 2007

CONTRADIÇÕES...

"Ele distribuiu e deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre."
in, Evangelho de S. Paulo aos Coríntios
Celebram, neste tempo, as religiões Judaico-Cristãs a festividade da Páscoa.A Páscoa era, primitivamente, um rito anual de pastores nómadas que, para celebrar a vida da família e dos rebanhos, comiam festivamente um cordeiro.
Com o acontecimento histórico e bíblico do Êxodo, o ritual adquire um sentido novo: A Páscoa será o memorial do Deus vivo que salva o povo de Israel, fazendo-o passar da escravidão à liberdade, da morte à vida. Ao longo de todas as gerações, este ritual Pascal mantém viva a memória daquela libertação.
Nos nossos dias, a festividade Pascal como que se transfigura: dinamiza-se com ela o comércio de doçarias, recolhe o clero a Côngrua dos paroquianos e pouco mais...
Há algum tempo atrás visitei o Vaticano e, como não podia deixar de ser, a Catedral de S. Pedro. Verifiquei que a chamada casa de Pedro, é um santuário à imponência e riqueza acumulada pela Igreja Católica durante séculos.É um lugar onde não me senti convidada à oração... onde não senti a vibração necessária para orar e meditar. Ao contrário, apresentou-se-me como qualquer museu visitável, com a agravante de, sendo considerado "Casa de Deus" não mostrar sinais de recolhimento, de solidariedade e de simplicidade.
Senti-me revoltada, traída no mais íntimo do meu ser. Afinal, o exemplo de Cristo não foi a pobreza, a misericórdia e a solidariedade?!É caso para questionar: se Cristo regressasse hoje à terra, e se dirigisse à Sua casa e casa de Pedro, que fariam os actuais Sumo-Pontífices?! Matá-lo-iam por blasfemo?!

sábado, 7 de abril de 2007

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos
que em verde e ouro se agitamcomo
estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma. é fermento,
bichinho alacre e sedento.
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel.
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança.,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som televisão
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre a mãos de uma criança. (António Gedeão)